quinta-feira, 7 de julho de 2011

Jogar remédios no lixo comum deveria ser considerado atentado biológico

Talvez o termo “atentado biológico” não exista, mas seria justo se considerarmos a contaminação gerada pelo descarte incorreto de medicamentos, seja no lixo comum, vaso sanitário ou na pia de casa.
Sofrem solo, água, fauna, flora e a própria saúde humana pois substâncias de difícil decomposição podem contaminar os recursos hídricos e alterar o desenvolvimento de plantas e animais.
É bastante comum mantermos em casa alguns remédios mais “leves” para dores de cabeça, resfriado ou dores musculares, isso quando remédios controlados não fazem parte do uso cotidiano de algum dos moradores da casa. Acontece que os remédios, como praticamente tudo no mundo, possuem data de validade.
Segundo artigo da Revista Ciências do Ambiente On-Line, da Unicamp, análises feitas em todo o mundo detectaram presença de restos de antibióticos, anestésicos, hormônios e anti-inflamatórios em esgoto doméstico, águas superficiais e subsolos.
No Brasil, são aproximadamente 170 milhões de unidades de medicamentos ou produtos farmacêuticos vendidos por mês no setor varejista, segundo dados da Anvisa. Muitas das embalagens não são nem abertas.
Então lembre-se de verificar essa data no momento da compra, quanto mais longe, melhor, é claro. Depois, de tempos em tempos, reveja a validade dos remédios que tiver em casa e, caso algum esteja prestes a expirar, informe-se sobre pontos de doação. Muitas cidades recolhem medicamentos para o sistema de saúde público.
Caso na sua cidade esse serviço não exista, questione a Secretaria de Saúde local sobre qual a destinação adequada. Aproveite para doar remédios cujo uso se tornou desnecessário na sua residência.
Ok, mas digamos que o remédio venceu e você não se deu conta em tempo. A Secretaria de Saúde continua sendo uma ótima forma de se informar sobre a solução adequada, mas podem existir outras saídas, como em São Paulo, onde Pão de Açúcar e Eurofarma lançaram o programa Descarte Correto de Medicamento. Após recolhido, os produtos são encaminhados para o Departamento de Limpeza Urbana.
E cobre as autoridades: está em tramitação no Congresso desde 2009 um projeto de Lei que obriga indústrias farmacêuticas e empresas de distribuição de medicamentos a destinar corretamente medicamentos com prazos de validade vencidos. Mais do que importante, é essencial. 

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