quinta-feira, 15 de julho de 2010

Redução de despejo irregular de óleo

diminui manutenção na rede de esgoto

Programa pioneiro da Sabesp recebeu a adesão de 1,6 mil condomínios do bairro de Cerqueira César
e já mostra resultados positivos

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou na Semana do Meio Ambiente, realizado de 30 de maio a 5 de junho, em Cerqueira César, São Paulo, resultados promissores do Programa de Reciclagem de Óleo de Fritura (Prol).
A ação pioneira é uma parceria entre a companhia, a Organização Não Governamental Trevo e a Sociedade Amigos e Moradores de Cerqueira César (Sarmocc).
No quadrilátero do projeto piloto, quase 100% dos edifícios (1,6 mil condomínios) aderiram à iniciativa desde 2007. Com isso, o número de desobstruções de esgoto na região já é 26% menor em relação ao restante dos demais bairros operados pela unidade de negócio centro da Sabesp. Isto confirma a previsão de que a redução no despejo rregular de óleo de fritura na rede de esgoto diminui a necessidade de execução de serviços de manutenção.
O óleo funciona como um aglutinador de resíduos jogados na rede, como pontas de cigarros, fio dental, preservativos, absorventes, entre outros, obstruindo a tubulação. Além de beneficiar a rede de esgoto, a destinação do óleo à reciclagem evita a poluição das águas. Calcula-se que um litro de óleo polua mais de 25 mil litros de água. O sucesso do índice está associado, em grande parte, à maciça adesão dos condomínios da região ao programa. Enquanto a Sabesp apoia as ações do Prol para divulgação na comunidade de Cerqueira César, as entidades Trevo e Sarmocc coletam e encaminham o material para produção de subprodutos (sabão, biodiesel e tinta a óleo).
No primeiro ano do programa, a adesão foi de 60% dos condomínios, o que resultou na queda de 10% dos serviços de desobstrução do coletor-tronco de esgoto. Já no segundo, a aceitação dos condomínios subiu para 90% e o número de desobstrução caiu 26%. Os 1,6 mil condomínios representam 11,5 mil ligações de água e esgoto.

Efeito multiplicador

– São recolhidas mensalmente cerca de 38 toneladas de óleo de fritura na região. O óleo é descartado em bombonas plásticas de 50 litros, fornecidas pela própria ONG que faz o recolhimento. Segue na maior parte para usinas de biodiesel, o que evita impactos de mais plantações de oleaginosas. Depois da experiência pioneira em Cerqueira César, a Sabesp ampliou as parcerias para estimular a reciclagem do óleo em outros bairros da capital e também em outras cidades do Estado. Entre elas, estão as ações organizadas em conjunto com as prefeituras de Osasco, Registro, Itapetininga, Lins, Jales e Presidente Prudente, em parceria com entidades locais.
Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria

Apoio para a reciclagem

Interessados em destinar o material para reciclagem devem recorrer às empresas e Ongs especializadas na coleta. Algumas delas fornecem cartazes, bombonas de 50 litros identificadas para estocagem, e mantêm esquema de retirada programada. Em geral, pagam por litro fornecido, dependendo do volume estocado e da distância. O óleo de fritura também pode ser doado para cooperativas de catadores e entidades. Há a Ecóleo, associação dos coletores e recicladores (http://www.ecoleo.org/. br) e o Fórum Estadual Lixo e Cidadania (www.sabesp-sp. org.br/lixocidad ania), que congrega várias cooperativas. Há ainda a opção de direcionar o produto para os postos de entrega voluntária existentes em algumas lojas de redes de supermercados ou padarias/ confeitarias que aderiram ao projeto do Sindicato da Indústria de Panificações do Estado de São Paulo (Sindipan). O óleo de fritura é beneficiado pelas centrais dos coletores e vendido para fabricantes de biodiesel, para produção de sabão, tintas a óleo, massa de vidraceiro, entre outros usos. Uma novidade é a Usina de Biodiesel montada dentro da Cidade Universitária (USP), em São Paulo, cujo projeto ganhou apoio e material da Sabesp para a coleta do óleo no câmpus e no bairro do Butantã. Fabricada pela Prescimec de Araxá, Minas Gerais, a partir do projeto da professora-doutora Maria Del Pilar, da Universidade de Brasília (UnB), tem capacidade de produção de 200 litros de biodiesel por dia. O equipamento visa à pesquisa de rota de produção de biodiesel, usando o etanol no lugar do usual metanol. O ciclo de produção dura 5 horas e consome 10 kWh e 40 litros de água por hora.
Os resíduos gerados na usina são borra pela decantação da matéria-prima, que será usada na produção de sabões industriais ou no biodigestor, que também será construído na USP; água de lavagem, que entra na fabricação do sabão ou pode ir para o biodigestor; e glicerina, para a fabricação de sabões finos.

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