Após séculos de exploração, muitos metais preciosos e outros minerais de importância comercial começam a escassear em terra e o mundo se volta para uma nova região quase tão preciosa quanto intocada: o fundo do mar. Pesquisas mostram que no leito dos oceanos repousa uma riqueza que vai muito além do petróleo encontrado em camadas ultraprofundas, como a do pré-sal, mas para chegar nela será preciso superar dificuldades semelhantes às das missões espaciais.Esta tentativa da humanidade para dominar esse novo mundo é o tema da nova edição da revista Unesp Ciência, cuja versão eletrônica você lê aqui. A edição impressa começa a circular hoje (05/07).
A reportagem mostra que as possibilidades de exploração estão levando vários países, Brasil inclusive, ainda que de modo discreto, a uma 'nova corrida do ouro'. E não só por ele ou outras pedras preciosas, mas também por calcário e minérios mais comuns, mas que já faltam nos continentes, como areia e cascalho.A competição é também por posicionamento geopolítico estratégico. Quem chegar na frente e detiver o conhecimento da tecnologia de exploração poderá exportá-la para o resto do mundo e dominar esse cenário. O Brasil saiu um pouco atrás, mas chega com uma vantagem. Os anos de prospecção para a descoberta do pré-sal levaram a um profundo conhecimento da costa brasileira.
Para encontrar as jazidas, a Petrobras teve de fazer um extenso escaneamento do fundo do oceano que fica dentro da zona econômica exclusiva, gerando uma infinidade de dados que só recentemente começaram a ser acessados por outras instituições, inclusive de pesquisa. A própria Unesp, que foi contemplada com um investimento do governo federal para a criação do Núcleo de Estudos Avançados do Mar, em São Vicente, terá como uma das áreas de investigação a geologia marinha.
Em jogo também está a segurança desses procedimentos. Será que a mineração marinha pode ser sustentável? Qual o impacto que ela pode trazer para a ainda pouco conhecida biodiversidade marinha? São questões que ainda dependem de pesquisa, mas preocupam ambientalistas – temor que só cresce à sombra do recente acidente petrolífero no Golfo México.
Aquecimento local
A preocupação com o ambiente também aparece em outra reportagem da revista, mas desta vez é com o microclima das cidades do Estado de São Paulo. Análises feitas por pesquisadores do câmpus de Presidente Prudente mostram que o aquecimento não é exclusivo das megalópoles.
Cidades de pequeno e médio porte do Estado estão experimentando uma elevação das temperaturas, com invernos mais amenos, em uma provável consequência do processo desorganizado de urbanização. Alguns dos principais vilões são os materiais usados para as construções. As chamadas telhas de fibrocimento, por exemplo, bastante comuns em conjuntos habitacionais de baixa renda, são capazes de elevar a temperatura a níveis dignos do centro de São Paulo.
A nova edição destaca ainda a busca no cerrado paulista pelo que pode ser a última população de veados-campeiros do Estado; traz uma reportagem que reconta a história brasileira por meio das bandeiras nacionais e estaduais e apresenta a trajetória de uma das principais químicas de produtos naturais do país, a pesquisadora Vanderlan Bolzani, do câmpus de Araraquara
Unesp Assessoria de Comunicação e Imprensa
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