Raramente um único livro altera o curso da história, mas Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, fez exatamente isso. O clamor que se seguiu à sua publicação em 1962 forçou a proibição do DDT e instigou mudanças revolucionárias nas leis que dizem respeito ao nosso ar, terra e água.
A preocupação apaixonada de Carson com o futuro de nosso planeta reverberou poderosamente por todo o mundo, e seu livro eloquente foi determinante para o lançamento do movimento ambientalista.
Este notável trabalho de Rachel Carson foi considerado em 2000, pela Escola de Jornalismo de Nova York, uma das maiores reportagens investigativas do século XX.
"Os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos dos homens" Salmos 115:16. Muitas são as leis do homem para preservar o meio ambiente, mas Deus nos alerta a cuidarmos da terra que Ele nos deu para sobrevivência, portanto, além de conscientização é uma obrigação cumprirmos a lei do Senhor. Não polua, não desperdice, não ignore, a responsabilidade é de cada um.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Akatu lança relatório “Estado do Mundo” em português
Documento aponta que, sem mudança cultural que valorize a sustentabilidade em vez do consumismo, nada poderá salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
Produzido pelo Worldwatch Institute (WWI) – organização com sede em Washington (EUA) – o “Estado do Mundo” traz anualmente um balanço com números atualizados e reflexões sobre as questões ambientais.
Neste ano, o tema é “Transformando Culturas – do Consumismo à Sustentabilidade” e aborda as mudanças no consumo, sob a ótica da economia, negócios, educação, mídia e movimentos sociais.
Eduardo Athayde, diretor da WWI fará a apresentação do estudo. Em seguida, ele compõe a mesa de debate com Ricardo Abramovay, professor titutar da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu e Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu. O debate será mediado por Hélio Mattar, diretor- presidente do Instituto Akatu.
O Relatório
Segundo dados do relatório, na última década, a humanidade aumentou seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos naturais diariamente – enquanto um americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.
Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Somente os americanos, com apenas 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos quase 7 bilhões, e projetam-se 9 bilhões para 2050.
A pior notícia é quem nem mesmo um padrão de consumo médio, equivalente ao de países como Tailândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consumismo, não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
Editado há 28 anos e em cerca de 30 idiomas, o “Estado do Mundo” é publicado no Brasil desde 1999 pela Universidade Livre da Mata Atlântica (UMA), representante do WWI no Brasil. Neste ano, o Akatu foi convidado para a parceria devido ao tema abordar especificamente sustentabilidade e consumo. “Ao longo da sua existência, o Akatu vem se estabelecendo como referência no Brasil em abordagem de questões referentes ao comportamento de consumo, razão pela qual recebemos essa honrosa responsabilidade do Worldwatch Institute”, afirma Mattar.
“Este relatório proporcionará o acesso a informações abrangentes a respeito de uma vida mais saudável ambiental e socialmente, para toda a sociedade”, comenta Athayde
Para o presidente do Akatu, o “Estado do Mundo” é uma ferramenta primordial de consulta para todos aqueles que têm alguma intenção de cooperar com a preservação do planeta. “O relatório é um choque de realidade. Um material que impulsiona a todos os que têm acesso a ele a agirem em benefício da Terra”, conclui Mattar.
A edição do Estado do Mundo em português e o evento de lançamento são patrocinados pelo Itaú, parceiro pioneiro do Instituto Akatu.
Após o lançamento oficial no dia 30, o relatório estará disponível para ser baixado gratuitamente nos sites do Akatu e do WWI.
Abaixo, algumas das conclusões do relatório:
Economia e Negócios
No âmbito da economia e negócios, uma dos aspetos fortemente recomendados pelo relatório é a “reavaliação do papel das grandes corporações”. O documento considera o poder de alcance do setor: “em 2006, as 100 maiores companhias transnacionais empregavam 15,4 milhões de pessoas com um volume de vendas de US$ 7 trilhões — o equivalente a 15% do produto mundial bruto” e conclui que “um sistema econômico sustentável dependerá de convencer as companhias, por meio de um conjunto de estratégias, de que a condução de seus negócios de maneira sustentável”.
No âmbito social, empresarial e pessoal, a compreensão e a adoção de práticas de sustentabilidade são limitadas. Mudar uma organização costuma ser um processo ainda mais longo do que o da mudança pessoal.
Muito se pode aprender com empresas que foram além das mudanças superficiais para abraçarem plenamente a sustentabilidade e que, assim, determinaram mudanças profundas em sua cultura organizacional. Para essas companhias, a sustentabilidade tem papel fundamental como um conjunto de valores que integram a prosperidade econômica, a gestão ambiental e a responsabilidade social, ou seja: lucro, planeta e pessoas.
Para alcançar esse nível de mudança, os líderes devem apresentar visões arrojadas e devem envolver suas organizações em discussões diversas, mais profundas, sobre o objetivo e a responsabilidade da empresa em oferecer valor verdadeiro para os clientes e a sociedade. Além disso, o engajamento de toda a empresa é essencial.
Educação
Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. E “este não é um fenômeno apenas americano”, ressalta o documento.
Para romper com o padrão do consumismo, todos os aspectos da educação terão de ser pautados pela sustentabilidade. Hábitos, valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na infância. E durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade.
Nenhum sistema educacional é isento de valores, pois todos ensinam e são orientados por um determinado conjunto de ideias, valores e comportamentos, quer seja o consumismo, comunismo, crenças religiosas, ou sustentabilidade
Quanto mais a sustentabilidade puder estar integrada aos sistemas escolares atuais, maior será o número de pessoas que internalizarã o os ensinamentos da sustentabilidade desde a infância. Dessa forma, as ideias, valores e hábitos se tornarão “naturais”. A partir de então, a educação funcionará como ferramenta poderosa para criar sociedades sustentáveis.
Mídia
A maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, mas existem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Segundo o relatório, 83% das residências no mundo têm aparelhos de televisão e 21 em cada 100 pessoas têm acesso a internet. Entretanto, a maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, apesar de existirem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Por meio de ações publicitárias globais, o setor de água engarrafada, por exemplo, ajudou a criar a impressão de que água na garrafinha é mais saudável, mais saborosa e está mais na moda do que a boa e velha água “torneiral”, mesmo quando estudos demonstram que algumas marcas de água engarrafada são menos seguras do que água da rede e custam de 240 a 10 mil vezes mais. A indústria de água engarrafada movimenta hoje US$ 60 bilhões e vendeu 241 bilhões de litros de água em 2008, mais que o dobro da quantidade vendida em 2000.
Serviço:
Lançamento do relatório “Estado do Mundo-2010” (versão em português)
Data: 30/06/2010
Horário: das 10h30 às 12h30
Local: Livraria Cultura, no Conjunto Nacional – Teatro Eva Herz
Endereço: Av. Paulista, 2.073 – Bela Vista
O Instituto Akatu pelo Consumo Consciente lança na próxima quarta-feira, dia 30 de junho, a versão em português do relatório “Estado do Mundo – 2010”, uma das mais importantes publicações periódicas mundiais sobre sustentabilidade.
Produzido pelo Worldwatch Institute (WWI) – organização com sede em Washington (EUA) – o “Estado do Mundo” traz anualmente um balanço com números atualizados e reflexões sobre as questões ambientais.
Neste ano, o tema é “Transformando Culturas – do Consumismo à Sustentabilidade” e aborda as mudanças no consumo, sob a ótica da economia, negócios, educação, mídia e movimentos sociais.
Eduardo Athayde, diretor da WWI fará a apresentação do estudo. Em seguida, ele compõe a mesa de debate com Ricardo Abramovay, professor titutar da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e presidente do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu e Lívia Barbosa, diretora de pesquisa do centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e membro do Conselho Acadêmico do Instituto Akatu. O debate será mediado por Hélio Mattar, diretor- presidente do Instituto Akatu.
O Relatório
Segundo dados do relatório, na última década, a humanidade aumentou seu consumo de bens e serviços em 28%. Somente em 2008, foram vendidos no mundo 68 milhões de veículos, 85 milhões de refrigeradores, 297 milhões de computadores e 1,2 bilhão de telefones celulares.
Para produzir tantos bens, é preciso usar cada vez mais recursos naturais. Entre 1950 e 2005, a produção de metais cresceu seis vezes, o consumo de petróleo subiu oito vezes e o de gás natural, 14 vezes. Atualmente, um europeu consome em média 43 quilos em recursos naturais diariamente – enquanto um americano consome 88 quilos, mais do que o próprio peso da maior parte da população.
Além de excessivo, o consumo é desigual. Em 2006, os 65 países com maior renda, que somam 16% da população mundial, foram responsáveis por 78% dos gastos em bens e serviços. Somente os americanos, com apenas 5% da população mundial, abocanharam uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Atualmente já somos quase 7 bilhões, e projetam-se 9 bilhões para 2050.
A pior notícia é quem nem mesmo um padrão de consumo médio, equivalente ao de países como Tailândia ou Jordânia, seria suficiente para atender igualmente todos os habitantes do planeta. A conclusão do relatório não deixa dúvidas: sem uma mudança cultural que valorize a sustentabilidade e não o consumismo, não haverá esforços governamentais ou avanços tecnológicos capazes de salvar a humanidade dos riscos ambientais e de mudanças climáticas.
Editado há 28 anos e em cerca de 30 idiomas, o “Estado do Mundo” é publicado no Brasil desde 1999 pela Universidade Livre da Mata Atlântica (UMA), representante do WWI no Brasil. Neste ano, o Akatu foi convidado para a parceria devido ao tema abordar especificamente sustentabilidade e consumo. “Ao longo da sua existência, o Akatu vem se estabelecendo como referência no Brasil em abordagem de questões referentes ao comportamento de consumo, razão pela qual recebemos essa honrosa responsabilidade do Worldwatch Institute”, afirma Mattar.
“Este relatório proporcionará o acesso a informações abrangentes a respeito de uma vida mais saudável ambiental e socialmente, para toda a sociedade”, comenta Athayde
Para o presidente do Akatu, o “Estado do Mundo” é uma ferramenta primordial de consulta para todos aqueles que têm alguma intenção de cooperar com a preservação do planeta. “O relatório é um choque de realidade. Um material que impulsiona a todos os que têm acesso a ele a agirem em benefício da Terra”, conclui Mattar.
A edição do Estado do Mundo em português e o evento de lançamento são patrocinados pelo Itaú, parceiro pioneiro do Instituto Akatu.
Após o lançamento oficial no dia 30, o relatório estará disponível para ser baixado gratuitamente nos sites do Akatu e do WWI.
Abaixo, algumas das conclusões do relatório:
Economia e Negócios
No âmbito da economia e negócios, uma dos aspetos fortemente recomendados pelo relatório é a “reavaliação do papel das grandes corporações”. O documento considera o poder de alcance do setor: “em 2006, as 100 maiores companhias transnacionais empregavam 15,4 milhões de pessoas com um volume de vendas de US$ 7 trilhões — o equivalente a 15% do produto mundial bruto” e conclui que “um sistema econômico sustentável dependerá de convencer as companhias, por meio de um conjunto de estratégias, de que a condução de seus negócios de maneira sustentável”.
No âmbito social, empresarial e pessoal, a compreensão e a adoção de práticas de sustentabilidade são limitadas. Mudar uma organização costuma ser um processo ainda mais longo do que o da mudança pessoal.
Muito se pode aprender com empresas que foram além das mudanças superficiais para abraçarem plenamente a sustentabilidade e que, assim, determinaram mudanças profundas em sua cultura organizacional. Para essas companhias, a sustentabilidade tem papel fundamental como um conjunto de valores que integram a prosperidade econômica, a gestão ambiental e a responsabilidade social, ou seja: lucro, planeta e pessoas.
Para alcançar esse nível de mudança, os líderes devem apresentar visões arrojadas e devem envolver suas organizações em discussões diversas, mais profundas, sobre o objetivo e a responsabilidade da empresa em oferecer valor verdadeiro para os clientes e a sociedade. Além disso, o engajamento de toda a empresa é essencial.
Educação
Segundo o relatório, uma pesquisa anual com alunos de primeiro ano de faculdades nos Estados Unidos investigou durante mais de 35 anos as prioridades de vida dos alunos. No transcorrer desse tempo, a importância atribuída a ter boa situação financeira aumentou de pouco mais de 40% para quase 80%, enquanto a importância atribuída à construção de uma filosofia de vida plena de sentido diminuiu de 75% para pouco mais de 45%. E “este não é um fenômeno apenas americano”, ressalta o documento.
Para romper com o padrão do consumismo, todos os aspectos da educação terão de ser pautados pela sustentabilidade. Hábitos, valores, preferências – todos são, em grande medida, formados na infância. E durante a vida, a educação pode ter um efeito transformador sobre quem aprende. Portanto, explorar essa instituição poderosa será essencial para redirecionar a humanidade para culturas de sustentabilidade.
Nenhum sistema educacional é isento de valores, pois todos ensinam e são orientados por um determinado conjunto de ideias, valores e comportamentos, quer seja o consumismo, comunismo, crenças religiosas, ou sustentabilidade
Quanto mais a sustentabilidade puder estar integrada aos sistemas escolares atuais, maior será o número de pessoas que internalizarã o os ensinamentos da sustentabilidade desde a infância. Dessa forma, as ideias, valores e hábitos se tornarão “naturais”. A partir de então, a educação funcionará como ferramenta poderosa para criar sociedades sustentáveis.
Mídia
A maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, mas existem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Segundo o relatório, 83% das residências no mundo têm aparelhos de televisão e 21 em cada 100 pessoas têm acesso a internet. Entretanto, a maior parte da mídia ainda reforça o consumismo, apesar de existirem esforços no mundo todo para que seu vasto poder e alcance seja utilizado para promover culturas sustentáveis.
Por meio de ações publicitárias globais, o setor de água engarrafada, por exemplo, ajudou a criar a impressão de que água na garrafinha é mais saudável, mais saborosa e está mais na moda do que a boa e velha água “torneiral”, mesmo quando estudos demonstram que algumas marcas de água engarrafada são menos seguras do que água da rede e custam de 240 a 10 mil vezes mais. A indústria de água engarrafada movimenta hoje US$ 60 bilhões e vendeu 241 bilhões de litros de água em 2008, mais que o dobro da quantidade vendida em 2000.
Serviço:
Lançamento do relatório “Estado do Mundo-2010” (versão em português)
Data: 30/06/2010
Horário: das 10h30 às 12h30
Local: Livraria Cultura, no Conjunto Nacional – Teatro Eva Herz
Endereço: Av. Paulista, 2.073 – Bela Vista
segunda-feira, 28 de junho de 2010
O selo dos selos ambientais
Olhe bem para o selo acima e torça para, já nos próximos meses, vê-lo estampado nos rótulos dos produtos que você consume. Ele será a garantia de que o item adquirido por você foi fabricado de acordo com cuidados socioambientais em todos os elos da sua cadeia de produção, desde a extração da matéria-prima até o descarte e a reciclagem.
O selo Qualidade Ambiental foi criado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e merece total confiança do consumidor, a despeito de algumas certificações apelativas que andam por aí . Desde 2008 a ABNT vem recebendo pedidos de inúmeras empresas interessadas em adequar-se aos padrões de sustentabilidade para conquistar consumidores cada vez mais exigentes quanto à origem do que estão levando para casa. Elas não querem ficar para trás nessa corrida, inclusive porque se não se adaptarem aos novos tempos perdem mercado fora do Brasil.
Consumidores canadenses, japoneses e norte-americanos estão entre os mais exigentes com relação a produtos ambientalmente corretos. Quinze empresas brasileiras já passam por um minucioso processo de análise e adequação de seus processos de produção para conseguir o selo Qualidade Ambiental.
São de áreas bastante variadas: indústrias de calçados, tecidos, higiene pessoal, pneus reformados, aço, gráficas e até mesmo de fraldas descartáveis e absorventes. Elas ainda passam por uma fase de adequação para conseguir suas certificações, que devem ser concedidas já nos próximos meses.
Novas solicitações não param de chegar à ABNT. “Você não faz ideia da quantidade de empresas que estão nos procurando”, me informou Andrea de Oliveira, analista técnica da instituição. Ela é a encarregada de organizar os trabalhos do chamado Grupo de Rotulagem Ambiental (GRA).
Esse comitê técnico é formado por cientistas, órgãos ambientalistas e de defesa do consumidor, fornecedores dos fabricantes e até mesmo consumidores. O GRA estabelece critérios ambientais específicos para cada elo da cadeia de produção de cada um dos fabricantes.
Então propõe correções e adaptações no processo, até que a empresa consiga adequar-se. Depois faz acompanhamentos e auditorias periódicas para saber se a empresa que recebe o selo continua mantendo seus padrões de qualidade.
Quem orienta toda a metodologia utilizada pela ABNT é o órgão canadense Global Ecolabellin Network (Gen), referência mundial em rotulagem ambiental.
No site da ABNT você encontra mais detalhes do novo selo.
É, sem dúvida, uma grande notícia e quem sai ganhando somos nós. Só não diminui nossa responsabilidade de estar sempre de olho nos rótulos.
sábado, 26 de junho de 2010
Lei de mudanças climáticas é regulamentada
Secretário também assina resolução que institui o Pagamento por Serviços Ambientais para projetos de proteção de nascentes
“Eu não quero apenas assinar esse decreto, quero incorporar isso no meu dia-a-dia”, declarou o governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman, após assinar o decreto que regulamenta a Lei Estadual de Mudanças Climáticas, em evento no Palácio dos Bandeirantes. “Tive mais sensibilidade com as mudanças climáticas quando fui estudar os acontecimentos do final do ano passado e começo deste ano. A mudança climática é uma realidade”, constatou o governador.
A Lei nº 13.798, que foi sancionada em novembro de 2009, tem como meta reduzir, até 2020, 20% das emissões dos gases que agravam o efeito estufa, com base nos dados de 2005. A lei e o decreto mostram o pioneirismo paulista no enfrentamento do aquecimento global.
O compromisso do governo ficou demonstrado na participação efetiva do governador na redação final do texto. “O Goldman pediu que explicássemos a ele os detalhes do decreto e ele foi dando corrigidas finais. Ele ficou bem interessado nos fenômenos climáticos extremos, previstos para 2030, 2050, mas que já estão afetando milhares de brasileiros”, contou o secretário estadual do meio ambiente, Xico Graziano.
O decreto cria e especifica as competências do Conselho Estadual de Mudanças Climáticas, que tem caráter consultivo e tripartite, com participação de representantes de órgãos governamentais, dos municípios e da sociedade civil, totalizando 42 componentes. Entre as atribuições do conselho está a realização de audiências públicas para discutir questões relacionadas à mudança do clima, além de propor medidas de mitigação e adaptação.
Com a assinatura, também fica criado o Comitê Gestor, que acompanhará a elaboração e implementação dos planos e programas definidos no decreto. Composto por membros das secretarias estaduais do Meio Ambiente, Transportes, Transportes Metropolitanos, Gestão Pública, Fazenda, Economia e Planejamento, Desenvolvimento, Agricultura e Abastecimento, Saneamento e Energia, Habitação e Saúde e coordenado pela Casa Civil, o comitê vai avaliar e monitorar o cumprimento da meta global e das metas setoriais e intermediárias, que serão definidas na Comunicação Estadual.
Parte integrante da Comunicação Estadual, que será finalizada no segundo semestre de 2010, o Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado de São Paulo apresenta a base das emissões paulistas. Com a Comunicação Estadual será possível acompanhar o cumprimento da meta prevista na lei.
Planejamento
Os critérios para elaboração da Avaliação Ambiental Estratégica – AAE e do Zoneamento Ecológico-Econô mico – ZEE também são definidos no decreto. A AAE é a análise dos impactos ambientais das atividades humanas e será incorporada nas políticas, planos e programas de governo, buscando o desenvolvimento sustentável, com revisão a cada cinco anos. Já o ZEE visa à formulação de políticas de planejamento, ordenação e gerenciamento do território, de modo a convergir o desenvolvimento econômico com propostas de proteção e conservação ambiental.
O decreto ainda institui programas e planos voltados para a inovação tecnológica, energia, transporte, construção civil, educação ambiental e para ações emergenciais e mapeamento de áreas de risco. Há também o programa de crédito Economia Verde, que oferece recursos para entidades privadas na implementação de ações que reduzam as emissões de gases de efeito estufa.
Pagamento por Serviços Ambientais
Na ocasião, o secretário Xico Graziano assinou a resolução da Secretaria do Meio Ambiente – SMA que institui o Pagamento por Serviços Ambientais – PSA. A modalidade inicial prevista na resolução é a remuneração para produtores rurais que protegerem as nascentes dentro de suas propriedades, por um período de cinco anos.
Denominado “Mina D’Água”, o projeto envolve um município de cada uma das 22 bacias hidrográficas do Estado. A equipe técnica da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais da SMA, que coordena o projeto, estima que possam ser beneficiados cerca de 10 a 15 agricultores por município. Para isso serão investidos recursos da ordem de R$ 3,5 milhões do Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição – Fecop.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
2º Simpósio"Experiência em Gestão dos Recursos Hídricos"
Participe do Simpósio.Envie seu trabalho técnico através do site WWW.agua.org.br e veja também os temários dos trabalhos.
O 2º Simpósio "Experiências em Gestão dos Recursos Hídricos por Bacia Hidrográfica", realizado pelo Consórcio PCJ de Americana, vem para inovar. Pretende mostrar o que de fato se está fazendo na área, visando a sobrevivência e qualidade de vida, além de divulgar o que está acontecendo na prática em todo o Brasil.
O simpósio busca ser um espaço para que diferentes setores da sociedade possam debater o atual desenvolvimento econômico-social e discutir experiências envolvendo a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos, suas interfaces com educação ambiental e comunicação social na garantia da sustentabilidade.
O evento visa, também, apreciar as políticas públicas em desenvolvimento ou em fase de implantação e identificar o reflexo dessas ações para os recursos hídricos. E, finalmente, abordar o balanço hídrico e o controle qualitativo para a gestão dos recursos hídricos.
A expectativa é que o simpósio traga importantes contribuições para o sistema de gestão dos recursos hídricos e que os participantes possam trazer novos conhecimentos e alternativas, além de com a troca de experiências poderem encontrar soluções para as suas demandas. Espera-se, assim, contribuir para a construção de idéias e políticas que promovam o desenvolvimento sustentável.
O 2º Simpósio "Experiências em Gestão dos Recursos Hídricos por Bacia Hidrográfica", realizado pelo Consórcio PCJ de Americana, vem para inovar. Pretende mostrar o que de fato se está fazendo na área, visando a sobrevivência e qualidade de vida, além de divulgar o que está acontecendo na prática em todo o Brasil.
O simpósio busca ser um espaço para que diferentes setores da sociedade possam debater o atual desenvolvimento econômico-social e discutir experiências envolvendo a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos, suas interfaces com educação ambiental e comunicação social na garantia da sustentabilidade.
O evento visa, também, apreciar as políticas públicas em desenvolvimento ou em fase de implantação e identificar o reflexo dessas ações para os recursos hídricos. E, finalmente, abordar o balanço hídrico e o controle qualitativo para a gestão dos recursos hídricos.
A expectativa é que o simpósio traga importantes contribuições para o sistema de gestão dos recursos hídricos e que os participantes possam trazer novos conhecimentos e alternativas, além de com a troca de experiências poderem encontrar soluções para as suas demandas. Espera-se, assim, contribuir para a construção de idéias e políticas que promovam o desenvolvimento sustentável.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
POSTE DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA 100% ALIMENTADO POR SOL E VENTO
As Prefeituras vão deixar de pagar a iluminação pública.
Quem não vai gostar disso são as concessionárias de energia elétrica...
INVENTO DE UM CEARENSE...
Cem por cento limpeza
Por GEVAN OLIVEIRA
Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar
O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
Feito em fibra de carbono e alumínio especial - mesmo material usado em aeronaves comerciais -, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando- se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando- os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" - na verdade um gerador - é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais) . A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.
À prova de apagão
Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".
O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando- se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.
Quem não vai gostar disso são as concessionárias de energia elétrica...
INVENTO DE UM CEARENSE...
Cem por cento limpeza
Por GEVAN OLIVEIRA
Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar
Não tem mais volta. As tecnologias limpas - aquelas que não queimam combustível fóssil - serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um 'cabeça chata' pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.
O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
Feito em fibra de carbono e alumínio especial - mesmo material usado em aeronaves comerciais -, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando- se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando- os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" - na verdade um gerador - é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais) . A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.
À prova de apagão
Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".
O inventor explica que a idéia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo - o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na idéia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias.O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando- se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.
As 10 ideias sustentáveis mais curiosas
Atualmente, muito se fala a respeito de preservação ao meio ambiente, mas pouco se faz na prática. Confira aqui dez invenções inusitadas que respeitam a Mãe Natureza:
1 – Hotel oferece refeições de graça para quem estiver disposto a gerar eletricidade
O Crown Plaza Hotel, em Copenhague, Dinamarca, oferece uma chance para quem quer fazer uma boa refeição sem deixar de cuidar do planeta. O hotel disponibiliza bicicletas ligadas a um gerador de eletricidade para os hóspedes voluntários. Cada um deles deve produzir pelo menos 10 Watts/hora de eletricidade – aproximadamente 15 minutos de pedalada para um adulto saudável. Após o exercício, o hóspede recebe um generoso vale-refeição: 26 euros, aproximadamente 60 reais.
2 – Bar capta energia produzida pela dança de seus frequentadores
Todas as luzes e os sons de uma “balada” gastam uma quantia considerável de eletricidade. Pensando nisso, o dono do Bar Surya, em Londres, refez o chão da pista de dança de seu estabelecimento e o revestiu com placas que, ao serem pressionadas pelos frequentadores do lugar, produzem corrente elétrica. Essa energia é então usada para ajudar na carga elétrica necessária à casa. Andrew Charalambous, o visionário dono do bar, diz que a eletricidade produzida pela pista modificada representa 60% da necessidade energética do lugar.
3 – Bordel oferece desconto aos clientes que forem de bicicleta
Uma casa de diversão adulta encontrou uma maneira de atrair mais frequentadores, espantando a crise econômica, e ainda ajudar a frear as mudanças climáticas globais. Quem chega de bicicleta, ganha desconto. Segundo Thomas Goetz, dono do bordel “Maison D’envie”, a recessão atingiu em cheio os negócios. Consumidores que foram ao bordel pedalando, ou que provarem ter utilizado um meio de transporte público, recebem 5 euros de desconto sobre os tabelados 70 euros (mais de 150 reais) para 45 minutos.
4 – Empresa cria impressora que não usa tinta nem papel
Quem disse que uma impressora precisa de tinta ou papel para existir? Conheça a Impressora PrePean. Diferente das convencionais, ela utiliza uma peça térmica para fazer as impressões em folhas plásticas feitas especialmente para isso. Além de serem à prova d’água, elas podem ser facilmente apagadas. É só colocá-las novamente na impressora que, através de outra temperatura, a próxima impressão ficará no lugar da anterior. A mágica faz com que apenas uma dessas folhas possa ser utilizada mil vezes.
5 – Universidade constroi “telhado verde”
O Design Verde é uma tendência da arquitetura moderna, e não estamos falando apenas da cor, mas sim de locais como o prédio de cinco andares da Escola de Arte, Design e Comunicação da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura. A construção conta com uma cobertura vegetal e sua forma orgânica se mistura com a natureza onde está inserida. Os telhados revestidos de grama servem como ponto de encontro informal, além de ajudar no equilíbrio térmico do edifício e na absorção da água da chuva.
6 – Designer cria pia que utiliza água desperdiçada para regar planta
Feita de concreto polido, a Pia batizada de Jardim Zen possui um canal que aproveita a água utilizada na lavagem das mãos para molhar uma planta. Criado pelo jovem designer Jean-Michel Montreal Gauvreau, a pia vem em bacia dupla ou modelo simples. Se você está preocupado eu ensaboar toda a sua plantinha, relaxe. Uma peça no início do canal drena o liquido e só deixa água sem sabão escorrer até a planta.
7 – Designer cria chuveiro que o obriga a sair quando já desperdiçou muita água
O designer Tommaso Colia criou uma solução para aqueles que adoram passar um tempão tomando uma ducha relaxante (é, você mesmo!). O chuveiro Eco Drop possui círculos concêntricos como tapetes no chão, que vão crescendo enquanto o chuveiro está ligado. Após um tempo, a sensação fica tão incômoda que te força a sair do banho e, consequentemente, economizar água. Cerca de 20% de toda energia gasta no lar vem da água quente utilizada no banho – seis vezes mais do que a iluminação doméstica, por exemplo.
8 – Designer cria interruptor que muda de cor para ensinar crianças a economizar energia
Tio é o nome do interruptor em forma de fantasma que avisa, através de sutis luzes, há quanto tempo a lâmpada está acesa. Até uma hora, a expressão do fantasminha é feliz e a luz do interruptor permanece verde. Se a luz é deixada ligada por mais de quatro horas, ele se assusta e fica amarelo. Já se o morador da casa se atreve a deixar a luz acesa por mais de oito horas, o até então amigável fantasma se zanga e fica vermelho. Com o auxílio visual e tátil, espera-se que as crianças comecem a tomar consciência do desperdício de energia logo cedo, e de uma maneira divertida.
9 – Empresa cria grampeador sem grampos para evitar poluição
Grampos de grampeador são tão poluentes que uma empresa decidiu criar um novo modelo do produto, sem grampos! Em vez dos grampos a que todos estamos acostumados, ele “recorta pequenas tiras de papel e as usa para costurar até cinco folhas de papel juntas”. Se você se empolgou com a ideia, pode encomendar esses grampeadores personalizados para que sua empresa se vanglorie de contribuir para um mundo livre grampeadores com grampos.
10 – Designer cria carregador de iPhone alimentado por aperto de mão
Eis uma invenção que dará uma mão na economia de energia. Carregue seu iPhone com um aperto de mão! O conceito foi chamado de “You can work it out” – uma brincadeira entre encontrar uma solução (work it out) e exercitar-se (to work out) – e foi pensado por Mac Funamizu.
[Oddee]
terça-feira, 22 de junho de 2010
Código Florestal: As contradições e as consequências do relatório de Aldo Rebelo
Por Raul Silva Telles do Valle
Após oito meses de algum mistério, finalmente o deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP) apresentou à sociedade, semana passada, sua proposta de modificação no Código Florestal brasileiro. Foram necessárias duas reuniões da comissão especial, da qual ele é relator, para que o deputado concluísse a leitura quase que na íntegra – pois, autorizado pelos entediados deputados presentes, pulou algumas partes – do relatório de 270 páginas, que ele mesmo qualificou como enfadonho.
Quem se deu o trabalho de botar sentido no imenso trololó, no entanto, chega rapidamente a duas conclusões:
:: o relatório, apesar de erudito, parte de vários pressupostos equivocados – alguns factuais, o que é grave, e, outros, ideológicos, o que é normal numa democracia;
:: e, pior, é contraditório com o voto e com o substitutivo apresentados.
Desconhecimento histórico, anistia atual
O relatório começa dizendo que o Código Florestal de 1965 não é ruim. Para Aldo, “os problemas não devem ser buscados nos seus princípios, mas sim nas absurdas alterações que sofreu em anos recentes”, as quais teriam, “do dia para a noite”, colocado à margem da lei um grande número de atividades produtivas, como o “café, maçã e uva em encostas e topos de morros em Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”.
Quem conhece um pouco da história da legislação sabe que deputado está enganado. Talvez tenha sido ludibriado pelos seus novos amigos. Afinal esses pontos do relatório foram integralmente incorporados do discurso ruralista. Mas a quais alterações estará ele se referindo? Pois desde 1934 é proibido ao proprietário derrubar as florestas que tenham como função “evitar a erosão das terras pela ação dos agentes naturais”, o que o código de 1965 deixou claro que eram as encostas e os topos de morro.
Portanto, no mínimo há 45 anos é proibido cultivar nessas áreas, isso se houvesse dúvidas de que zonas de alta inclinação são justamente as mais suscetíveis à erosão pelos agentes naturais.
Deve estar se referindo às tais ocupações “históricas”, feitas pelos colonos europeus do início do século XX nas regiões acidentadas do sul do país, às quais tanto se refere o ex-ministro da Agricultura e atual deputado Reinhold Stephanes (PMDB/PR). Mas, então, por que no projeto apresentado por Aldo são considerados “consolidados” , para fins de anistia, os desmatamentos ilegais feitos até julho de 2008?
Nem mesmo os projetos apresentados pelos ruralistas “puro sangue” tiveram a coragem de propor a anistia para ilegalidades cometidas há tão pouco tempo, quando não havia qualquer sombra de dúvida que desmatar encostas íngremes, além de um atentado ao bom senso, é um atentado à lei.
Ademais, as modificações sofridas pelo Código Florestal ao longo dos últimos anos além de não serem tantas, não o desfiguraram, como quer fazer crer o relator. Talvez as alterações mais profundas tenham sido as realizadas em 1986, quando, em função da grande enchente ocorrida alguns anos antes no Vale do Itajaí, o Congresso Nacional aprovou o aumento do tamanho das faixas de mata ciliar (de 5 para 30 metros) que deveriam ser protegidas, sobretudo para os rios menores, como forma de evitar tantos prejuízos materiais e humanos.
Outra grande modificação foi feita em 1996, com aumento da RL na Amazônia de 50% para 80%. Se estivéssemos falando de ocupações feitas antes dessas épocas nesses locais, seria razoável pensar em regras diferentes. Não necessariamente anistia, pois enchentes não pegam apenas os que ocuparam “ilegalmente”, mas regras de apoio ao cumprimento da lei, mesmo que fosse por via de compensação. Mas o projeto trilha o caminho mais fácil, do ponto de vista político, e, simplesmente, permite a anistia tão desejada pelos ruralistas.
Todas as demais alterações realizadas, quase todas por meio da MP 2166, foram no sentido de fazer valer alguns dos dispositivos que já existiam na lei – como a que mandou averbar a reserva legal, para impedir que fosse fracionada ad infinitum – ou, então, para facilitar a aplicação da lei. Esse é o caso, por exemplo, da regra que permite a compensação de reserva legal ou a que aceita que agricultores familiares possam computar maciços de frutíferas e exóticas como parte de sua RL. Podem não ter sido suficientes, como a experiência vem mostrando, mas nem de longe tornaram a lei “inaplicável”.
Reserva Legal é importante, mas não precisa existir
Inaplicável ficará a lei se o projeto Aldo for aprovado. Isso porque, muito sorrateiramente, ele abre diversas brechas para que ela seja legalmente descumprida, ao mesmo tempo que, apesar das muitas críticas, nada propõe para que ela seja mais eficaz do que foi até hoje.
Embora diga no relatório que “decidiu” manter a RL, e reprise a possível inutilidade ecológica de se manter milhares de minúsculas ilhas de florestas, o deputado propõe uma nova regra que, na prática, diminui a RL em todo o país, tanto para desmatamentos passados como para os futuros.
Em sua proposta os imóveis de até quatro módulos fiscais – que na Amazônia pode significar mais de 400 hectares – não precisam ter mais RL. Os que hoje têm, poderiam desmatá-las. Frise-se: não se trata de um suposto benefício ao agricultor familiar, como dito no relatório, mas uma regra extensível a toda e qualquer área com até quatro módulos, independentemente da condição econômica e social do proprietário.
O que vai acontecer com essa regra? Simples: fazendas com mais de quatro módulos serão artificialmente divididas em diversas matrículas, de forma que cada uma delas seja isenta da reserva. Na Amazônia, muitas fazendas de 1000 hectares – algo entre 10 e 15 módulos em grande parte da região – serão divididas em duas ou três matrículas, ficando com áreas mínimas de reserva ou mesmo sem nenhuma. E isso não é mera hipótese.
Hoje no Mato Grosso – estado que, apesar de todos os problemas, é reconhecido como o que tem o sistema mais avançado de licenciamento rural - as RLs já são averbadas por matrículas, e não pela área total do imóvel[1]. Hoje isso não é um problema, pois em todas as matrículas tem que se garantir a RL, mas com a nova regra haverá uma avenida para fraudes generalizadas, pois não há como o poder público fazer esse controle, ou, se há, não foi dito pelo relator como fazê-lo.
Mas não é só isso. Para todos os demais imóveis ela será calculada apenas com base na área do imóvel que superar os quatro módulos. Assim, um imóvel com 10 módulos em Goiás terá uma RL de 20% sobre seis módulos, e não mais sobre toda a área do imóvel. Isso significa que todas as áreas de reserva legal do país diminuirão, permitindo-se, pelo projeto, que essas áreas “a mais” sejam inclusive legalmente derrubadas. As áreas de reserva, que já são, em sua maioria, pequenas, ficarão minúsculas.
Somando-se tudo, o projeto, considerando- se apenas esse ponto, é uma bomba para a política nacional de biodiversidade, que se apóia na recuperação das reservas legais como estratégia para recuperação de biomas ameaçados, e de clima, que se apóia na queda do desmatamento no cerrado e Amazônia para atingir as metas de redução de emissões de gases efeito estufa.
Dois pesos, duas medidas
Em seu relatório, Aldo propõe uma medida de bom senso: diante de regras novas, que vão fazer a lei ser aplicada de verdade, deveria haver um período de transição, no qual os proprietários e os órgãos ambientais pudessem se adaptar e se preparar para mudar a atual situação. Como lembrou o próprio relator durante a leitura de seu texto, a maior parte dos municípios nem sequer tem órgãos ambientais constituídos.
Nessa lógica, ele propõe uma troca: durante cinco anos ninguém pode ser multado ou compelido a recuperar áreas ilegalmente desmatadas, mesmo que já tenha firmado um termo de compromisso para tanto.
Nesse período os estados devem criar programas de regularização que, por sua vez, podem dispensar em definitivo a recuperação de áreas de APP e permitir a desoneração de RL – para aqueles imóveis que já não tenham sido desonerados pela própria lei – mediante doação de recursos a um fundo público ou compensação em outro estado (como fiscalizar isso se o controle será todo centrado em cada estado?). Por outro lado, nesse mesmo período ninguém pode mais desmatar. Parece justo, se não olharmos os detalhes.
O “desmatamento zero” proposto vale apenas para áreas de floresta. Como o projeto conceitua floresta como algo diferente de savana (cerrado) e outras formações florestais, fica claro que o desmatamento zero será apenas para a Amazônia, pois na Mata Atlântica já há lei específica que proíbe novos desmatamentos.
Além disso, aqueles que houverem protocolado pedidos de desmatamento permanecerão com o direito de desmatar. Portanto, na lógica do relator, o dever de recuperação é relativo, pode ser suspenso ou mesmo anulado. Mas o direito de desmatar é sagrado, e mesmo um protocolo no órgão ambiental já resguarda o proprietário do “desmatamento zero”.
Mas o pior não é isso. Pelo projeto, serão os municípios - esses mesmos sem órgão ambiental – que passarão a autorizar desmatamentos dentro ou fora de RL e APPs, já que eles são integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Como não há qualquer condição estabelecida no projeto para que ele possa exercer sua competência, basta ter prefeito que está valendo.
Como, em grande parte das cidades do interior, os maiores fazendeiros são os próprios prefeitos ou fazem parte da turma destes, o efeito dessa medida pode ser imaginado. Em toda a Amazônia surgirão milhares de protocolos de pedidos de desmatamento feitos até 2008. No frigir dos ovos, estaremos trocando compromissos de recuperação por um desmatamento zero fictício.
Em resumo
A proposta de Aldo Rebelo, embora diga que a lei é velha, não avança em nada de novo que não seja anistias e menos proteção. Na leitura de seu relatório ele mesmo observou que, naquilo que realmente importa, as medidas para fazer a lei ser bem aplicada (incentivos econômicos), seu projeto “ficou apenas na intenção”, pois não sabe de onde tirar recursos num país “pobre”, onde falta dinheiro para atividades essenciais como saúde e educação.
Na parte concreta, sua proposta é um retrocesso imenso na legislação florestal brasileira. Embora diga que beneficia os pequenos, anistia os grandes. Embora afirme que a lei é boa, a desfigura por completo. Embora fale sobre a importância das florestas, permite o aumento do desmatamento e o fim da recuperação.
É uma pena que o relator não tenha compreendido que muitas das riquezas que geramos dependem da manutenção de florestas e dos serviços ambientais que elas prestam. Se tivesse internalizado esse fato, seguramente faria uma proposta bastante diferente, e não veria a conservação e recuperação de florestas apenas como custos, mas como investimento.
No entanto, partiu do suposto de que não há desenvolvimento sem subjugar a natureza, e que a conservação é um luxo inadequado a países “pobres”. Não entendeu nada.
Após oito meses de algum mistério, finalmente o deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP) apresentou à sociedade, semana passada, sua proposta de modificação no Código Florestal brasileiro. Foram necessárias duas reuniões da comissão especial, da qual ele é relator, para que o deputado concluísse a leitura quase que na íntegra – pois, autorizado pelos entediados deputados presentes, pulou algumas partes – do relatório de 270 páginas, que ele mesmo qualificou como enfadonho.
Quem se deu o trabalho de botar sentido no imenso trololó, no entanto, chega rapidamente a duas conclusões:
:: o relatório, apesar de erudito, parte de vários pressupostos equivocados – alguns factuais, o que é grave, e, outros, ideológicos, o que é normal numa democracia;
:: e, pior, é contraditório com o voto e com o substitutivo apresentados.
Desconhecimento histórico, anistia atual
O relatório começa dizendo que o Código Florestal de 1965 não é ruim. Para Aldo, “os problemas não devem ser buscados nos seus princípios, mas sim nas absurdas alterações que sofreu em anos recentes”, as quais teriam, “do dia para a noite”, colocado à margem da lei um grande número de atividades produtivas, como o “café, maçã e uva em encostas e topos de morros em Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”.
Quem conhece um pouco da história da legislação sabe que deputado está enganado. Talvez tenha sido ludibriado pelos seus novos amigos. Afinal esses pontos do relatório foram integralmente incorporados do discurso ruralista. Mas a quais alterações estará ele se referindo? Pois desde 1934 é proibido ao proprietário derrubar as florestas que tenham como função “evitar a erosão das terras pela ação dos agentes naturais”, o que o código de 1965 deixou claro que eram as encostas e os topos de morro.
Portanto, no mínimo há 45 anos é proibido cultivar nessas áreas, isso se houvesse dúvidas de que zonas de alta inclinação são justamente as mais suscetíveis à erosão pelos agentes naturais.
Deve estar se referindo às tais ocupações “históricas”, feitas pelos colonos europeus do início do século XX nas regiões acidentadas do sul do país, às quais tanto se refere o ex-ministro da Agricultura e atual deputado Reinhold Stephanes (PMDB/PR). Mas, então, por que no projeto apresentado por Aldo são considerados “consolidados” , para fins de anistia, os desmatamentos ilegais feitos até julho de 2008?
Nem mesmo os projetos apresentados pelos ruralistas “puro sangue” tiveram a coragem de propor a anistia para ilegalidades cometidas há tão pouco tempo, quando não havia qualquer sombra de dúvida que desmatar encostas íngremes, além de um atentado ao bom senso, é um atentado à lei.
Ademais, as modificações sofridas pelo Código Florestal ao longo dos últimos anos além de não serem tantas, não o desfiguraram, como quer fazer crer o relator. Talvez as alterações mais profundas tenham sido as realizadas em 1986, quando, em função da grande enchente ocorrida alguns anos antes no Vale do Itajaí, o Congresso Nacional aprovou o aumento do tamanho das faixas de mata ciliar (de 5 para 30 metros) que deveriam ser protegidas, sobretudo para os rios menores, como forma de evitar tantos prejuízos materiais e humanos.
Outra grande modificação foi feita em 1996, com aumento da RL na Amazônia de 50% para 80%. Se estivéssemos falando de ocupações feitas antes dessas épocas nesses locais, seria razoável pensar em regras diferentes. Não necessariamente anistia, pois enchentes não pegam apenas os que ocuparam “ilegalmente”, mas regras de apoio ao cumprimento da lei, mesmo que fosse por via de compensação. Mas o projeto trilha o caminho mais fácil, do ponto de vista político, e, simplesmente, permite a anistia tão desejada pelos ruralistas.
Todas as demais alterações realizadas, quase todas por meio da MP 2166, foram no sentido de fazer valer alguns dos dispositivos que já existiam na lei – como a que mandou averbar a reserva legal, para impedir que fosse fracionada ad infinitum – ou, então, para facilitar a aplicação da lei. Esse é o caso, por exemplo, da regra que permite a compensação de reserva legal ou a que aceita que agricultores familiares possam computar maciços de frutíferas e exóticas como parte de sua RL. Podem não ter sido suficientes, como a experiência vem mostrando, mas nem de longe tornaram a lei “inaplicável”.
Reserva Legal é importante, mas não precisa existir
Inaplicável ficará a lei se o projeto Aldo for aprovado. Isso porque, muito sorrateiramente, ele abre diversas brechas para que ela seja legalmente descumprida, ao mesmo tempo que, apesar das muitas críticas, nada propõe para que ela seja mais eficaz do que foi até hoje.
Embora diga no relatório que “decidiu” manter a RL, e reprise a possível inutilidade ecológica de se manter milhares de minúsculas ilhas de florestas, o deputado propõe uma nova regra que, na prática, diminui a RL em todo o país, tanto para desmatamentos passados como para os futuros.
Em sua proposta os imóveis de até quatro módulos fiscais – que na Amazônia pode significar mais de 400 hectares – não precisam ter mais RL. Os que hoje têm, poderiam desmatá-las. Frise-se: não se trata de um suposto benefício ao agricultor familiar, como dito no relatório, mas uma regra extensível a toda e qualquer área com até quatro módulos, independentemente da condição econômica e social do proprietário.
O que vai acontecer com essa regra? Simples: fazendas com mais de quatro módulos serão artificialmente divididas em diversas matrículas, de forma que cada uma delas seja isenta da reserva. Na Amazônia, muitas fazendas de 1000 hectares – algo entre 10 e 15 módulos em grande parte da região – serão divididas em duas ou três matrículas, ficando com áreas mínimas de reserva ou mesmo sem nenhuma. E isso não é mera hipótese.
Hoje no Mato Grosso – estado que, apesar de todos os problemas, é reconhecido como o que tem o sistema mais avançado de licenciamento rural - as RLs já são averbadas por matrículas, e não pela área total do imóvel[1]. Hoje isso não é um problema, pois em todas as matrículas tem que se garantir a RL, mas com a nova regra haverá uma avenida para fraudes generalizadas, pois não há como o poder público fazer esse controle, ou, se há, não foi dito pelo relator como fazê-lo.
Mas não é só isso. Para todos os demais imóveis ela será calculada apenas com base na área do imóvel que superar os quatro módulos. Assim, um imóvel com 10 módulos em Goiás terá uma RL de 20% sobre seis módulos, e não mais sobre toda a área do imóvel. Isso significa que todas as áreas de reserva legal do país diminuirão, permitindo-se, pelo projeto, que essas áreas “a mais” sejam inclusive legalmente derrubadas. As áreas de reserva, que já são, em sua maioria, pequenas, ficarão minúsculas.
Somando-se tudo, o projeto, considerando- se apenas esse ponto, é uma bomba para a política nacional de biodiversidade, que se apóia na recuperação das reservas legais como estratégia para recuperação de biomas ameaçados, e de clima, que se apóia na queda do desmatamento no cerrado e Amazônia para atingir as metas de redução de emissões de gases efeito estufa.
Dois pesos, duas medidas
Em seu relatório, Aldo propõe uma medida de bom senso: diante de regras novas, que vão fazer a lei ser aplicada de verdade, deveria haver um período de transição, no qual os proprietários e os órgãos ambientais pudessem se adaptar e se preparar para mudar a atual situação. Como lembrou o próprio relator durante a leitura de seu texto, a maior parte dos municípios nem sequer tem órgãos ambientais constituídos.
Nessa lógica, ele propõe uma troca: durante cinco anos ninguém pode ser multado ou compelido a recuperar áreas ilegalmente desmatadas, mesmo que já tenha firmado um termo de compromisso para tanto.
Nesse período os estados devem criar programas de regularização que, por sua vez, podem dispensar em definitivo a recuperação de áreas de APP e permitir a desoneração de RL – para aqueles imóveis que já não tenham sido desonerados pela própria lei – mediante doação de recursos a um fundo público ou compensação em outro estado (como fiscalizar isso se o controle será todo centrado em cada estado?). Por outro lado, nesse mesmo período ninguém pode mais desmatar. Parece justo, se não olharmos os detalhes.
O “desmatamento zero” proposto vale apenas para áreas de floresta. Como o projeto conceitua floresta como algo diferente de savana (cerrado) e outras formações florestais, fica claro que o desmatamento zero será apenas para a Amazônia, pois na Mata Atlântica já há lei específica que proíbe novos desmatamentos.
Além disso, aqueles que houverem protocolado pedidos de desmatamento permanecerão com o direito de desmatar. Portanto, na lógica do relator, o dever de recuperação é relativo, pode ser suspenso ou mesmo anulado. Mas o direito de desmatar é sagrado, e mesmo um protocolo no órgão ambiental já resguarda o proprietário do “desmatamento zero”.
Mas o pior não é isso. Pelo projeto, serão os municípios - esses mesmos sem órgão ambiental – que passarão a autorizar desmatamentos dentro ou fora de RL e APPs, já que eles são integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Como não há qualquer condição estabelecida no projeto para que ele possa exercer sua competência, basta ter prefeito que está valendo.
Como, em grande parte das cidades do interior, os maiores fazendeiros são os próprios prefeitos ou fazem parte da turma destes, o efeito dessa medida pode ser imaginado. Em toda a Amazônia surgirão milhares de protocolos de pedidos de desmatamento feitos até 2008. No frigir dos ovos, estaremos trocando compromissos de recuperação por um desmatamento zero fictício.
Em resumo
A proposta de Aldo Rebelo, embora diga que a lei é velha, não avança em nada de novo que não seja anistias e menos proteção. Na leitura de seu relatório ele mesmo observou que, naquilo que realmente importa, as medidas para fazer a lei ser bem aplicada (incentivos econômicos), seu projeto “ficou apenas na intenção”, pois não sabe de onde tirar recursos num país “pobre”, onde falta dinheiro para atividades essenciais como saúde e educação.
Na parte concreta, sua proposta é um retrocesso imenso na legislação florestal brasileira. Embora diga que beneficia os pequenos, anistia os grandes. Embora afirme que a lei é boa, a desfigura por completo. Embora fale sobre a importância das florestas, permite o aumento do desmatamento e o fim da recuperação.
É uma pena que o relator não tenha compreendido que muitas das riquezas que geramos dependem da manutenção de florestas e dos serviços ambientais que elas prestam. Se tivesse internalizado esse fato, seguramente faria uma proposta bastante diferente, e não veria a conservação e recuperação de florestas apenas como custos, mas como investimento.
No entanto, partiu do suposto de que não há desenvolvimento sem subjugar a natureza, e que a conservação é um luxo inadequado a países “pobres”. Não entendeu nada.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Os números nada verdes da Copa
11 jogadores em campo, uma bola, 32 seleções classificadas, 30 dias de competição e 2,75 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas.
Não se espante com a disparidade do último número: segundo um estudo realizado pela Embaixada da Noruega e pelo governo da África do Sul, a Copa do Mundo 2010 será o evento com as maiores emissões do mundo dentre aqueles que se propuseram a ser “neutros” em carbono.A principal responsável por essas emissões é a quantidade de viagens internacionais ligadas ao evento, responsáveis por 1.856.589 toneladas de CO2, ou 67% do total. Ainda assim, excluindo este número, a pegada de carbono do mundial da FIFA 2010 é mais de oito vezes a estimada da Copa de 2006 na Alemanha.
A análise detalhou a origem das emissões (e como poluição sonora não fazia parte do estudo, as vuvuzelas escaparam da culpa).O transporte entre cidades deve corresponder a 484.961 toneladas, já o transporte dentro das cidades representa 39.577.
A construção dos estádios e uso dos materiais corresponde a 15.359toneladas de emissões, já o uso dos mesmos, incluindo gastos energéticos, deve ficar em torno de 16.637 toneladas. O uso de energia nas acomodações dos turistas, atletas, comissões técnicas, imprensa e etc representam 12% do total – 340.128 toneladas.
Entre os fatores apontados para o impressionante número total (2.753.250 toneladas emitidas) está a localização geográfica da África do Sul. Outro fator que contribui é que, apesar dos investimentos da organização para diminuir as emissões na construção de estádios, há poucos meios de transporte “limpos”, como trens elétricos, ligando as cidades.
*Via Info.
Por: Guilherme Costa
Categoria: Curiosidades, Matérias, Reflexão
Tags: Emissão de CO2, imprensa, poluição, tecnologia
terça-feira, 15 de junho de 2010
Petróleo atinge costa da Louisiana
Mais de um mês após a explosão inicial eo afundamento da plataforma de petróleo em águas profundas Horizon, o petróleo continua a fluir para o Golfo do México, e manchas de óleo têm atingido lentamente, tanto quanto 12 milhas em pântanos de Louisiana. De acordo com o governador da Luisiana, Bobby Jindal, mais de 65 milhas da costa da Louisiana já foi afinada. BP disse que vai ser, pelo menos, quarta-feira antes que eles vão tentar usar lama pesada e cimento para ligar a fuga, uma manobra chamada de matar "top" que representa a sua melhor esperança de parar o óleo depois de várias tentativas fracassadas. Com base em estimativas de baixa, pelo menos 6 milhões de litros de crude ter vomitado no Golfo até agora - embora alguns cientistas disseram acreditar que o vazamento já supera os 11 milhões de litros de 1989 Exxon Valdez maré negra nas costas do Alasca como a pior da história E.U.. (39 total de fotos)
Uma libélula tenta limpar-se como ele está preso à grama do pântano coberto de óleo do derramamento de petróleo em águas profundas Horizonte, no Garden Island Bay, na costa do golfo de Louisiana, perto de Veneza na terça-feira 18 maio, 2010. (Foto: AP / Gerald Herbert)
A ativista do Greenpeace no meio de petróleo em uma praia ao longo do Golfo do México em 20 de maio de 2010, perto de Veneza, na Louisiana. (John Moore / Getty Images)
Cortes de um navio através de um padrão de petróleo perto do local do derramamento de óleo em águas profundas Horizon no Golfo do México segunda-feira, 17 de maio de 2010. (Foto: AP / Charlie Riedel)
Petróleo atinge os pântanos na passagem do nordeste do Mississippi Delta 23 maio de 2010. (REUTERS / Daniel Beltrá / Greenpeace)
Um morto Ganso-patola, cobertos de óleo situa-se Grand Isle Beach em Grand Isle, Louisiana, 21 de maio de 2010. Um membro do Tri-State Bird Rescue Research e marcou o ponto da localização do incidente. (REUTERS / Sean Gardner)
A limpeza do petróleo BP trabalhador usa ancinhos na praia em 22 maio de 2010 na Ilha de Elmer, Louisiana. Autoridades fecharam a popular praia turística para o público e a mídia que desejam visitar a praia deve ser acompanhado por um funcionário da BP. (John Moore / Getty Images)
Trabalhadores de limpeza do óleo trazem uma carga de óleo contaminado com bons absorventes no Golfo do México em 20 de maio de 2010, perto de Veneza, na Louisiana. (John Moore / Getty Images)
Bridget Hargrove de Baton Rouge, Louisiana, seus quatro anos de idade, filho Ayden e filha de um ano de idade, Emma, Wade em piscinas de bebê longe do óleo contaminado Golfo do México em Grand Isle praia em Grand Isle, Louisiana em 21 de maio , de 2010. Grand Isle Mayor David Camardelle disse que a cidade fechou suas praias em vigor a partir do meio-dia sexta-feira devido à presença de óleo na praia. (REUTERS / Sean Gardner)
Salpicos de óleo em pé de Maggie Grace Hurdle, 8 de Rosedale, Louisiana, enquanto caminha por uma praia de Grand Isle, Louisiana, 21 de maio, 2010. (REUTERS / Sean Gardner)
A garça-branca-avermelhada, patas e uma cauda revestido com óleo, voa acima da água em Grand Isle, Louisiana, 20 de maio de 2010. (E.U. Coast Guard foto / Petty Officer 3a classe Patrick Kelley)
Fonte: http://www.boston. com/bigpicture/ 2010/05/oil_ reaches_louisian a_shores. html
domingo, 13 de junho de 2010
Banco mundial de sementes inaugurado próximo ao Pólo Norte
Cerca de 4,5 milhões de sementes das mais importantes plantas cultiváveis passam a ser guardadas em baixo de montanha da ilha norueguesa de Spitsbergen, situada a apenas mil quilômetros do Pólo Norte. Com a presença do presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, foi inaugurado ontem (26/2) o Global Seed Vault (Banco Mundial de Sementes), depósito que irá guardar 4,5 milhões de sementes das mais importantes plantas úteis conhecidas.
Encravados 120 metros dentro da pedra, foram cavados três grandes depósitos no interior de uma montanha do arquipélago ártico norueguês de Spitsbergen, distante cerca de mil quilômetros do Pólo Norte. Se uma planta desaparecer, por motivo de catástrofe, por exemplo, ela poderá ser agora recuperada.
Depósitos de sementes de diversos países do mundo contribuíram para o projeto organizado pela fundação Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis) e financiado por governos, organizações e o Banco Mundial.
DIVERSIDADE DE PLANTAS ÚTEIS E CEREAIS
O maior banco de sementes mundial deverá assegurar a diversidade de plantas úteis e cereais. O depósito também foi pensado para, no caso de uma catástrofe global, possibilitar a alimentação da humanidade. Três grandes depósitos medindo 27m x 10m foram cavados no interior da mais alta montanha de Spitsbergen, ilha norueguesa situada no Círculo Polar Ártico, onde as diversas sementes serão armazenadas numa temperatura constante de menos 18° Celsius.
"As instalações foram construídas para abrigar o dobro da quantidade de amostras de sementes que conhecemos", afirma Cary Fowler, diretor administrativo do Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis e mentor do projeto. Para a construção do depósito, a Noruega investiu cerca de 6 milhões de euros.
Cerca de 250 mil amostras de sementes já se encontram armazenadas no novo depósito. Elas continuam a pertencer, no entanto, a seus países de origem. Nem todos os bancos nacionais de genes são bem protegidos e parte da diversidade vegetal já se perdeu.
EVENTUAIS MUDANAÇAS CLIMÁTICAS
Desta forma, bancos de sementes iraquianos e afegãos foram destruídos na guerra. Um tufão destruiu outro nas Filipinas. Por este motivo, o novo Banco Mundial de Sementes tornou-se rapidamente conhecido em todo o mundo. Países ameaçados por revoltas como o Paquistão e o Quênia já enviaram amostras de sementes para Spitsbergen. O Banco Mundial de Sementes armazenará amostras provenientes de mais de 1,4 mil bancos de sementes de todo o mundo.
O tesouro representado pelo banco de sementes é protegido por espessas paredes de concreto, porta blindada e sistema de alarme. Eventuais mudanças climáticas também foram levadas em conta pelos arquitetos do novo Banco Mundial de sementes.
Por este motivo, ele se situa 130 metros acima do nível do mar. Mesmo que boa parte da calota polar derreta, ele continuará seco. O depósito de concreto está preparado para resistir até mesmo a uma guerra nuclear. E no caso de o sistema de refrigeração falhar, o permafrost garantirá que a temperatura não supere 3,5° Celsius.
FONTE
Deutsche Welle
Encravados 120 metros dentro da pedra, foram cavados três grandes depósitos no interior de uma montanha do arquipélago ártico norueguês de Spitsbergen, distante cerca de mil quilômetros do Pólo Norte. Se uma planta desaparecer, por motivo de catástrofe, por exemplo, ela poderá ser agora recuperada.
Depósitos de sementes de diversos países do mundo contribuíram para o projeto organizado pela fundação Global Crop Diversity Trust (Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis) e financiado por governos, organizações e o Banco Mundial.
DIVERSIDADE DE PLANTAS ÚTEIS E CEREAIS
O maior banco de sementes mundial deverá assegurar a diversidade de plantas úteis e cereais. O depósito também foi pensado para, no caso de uma catástrofe global, possibilitar a alimentação da humanidade. Três grandes depósitos medindo 27m x 10m foram cavados no interior da mais alta montanha de Spitsbergen, ilha norueguesa situada no Círculo Polar Ártico, onde as diversas sementes serão armazenadas numa temperatura constante de menos 18° Celsius.
"As instalações foram construídas para abrigar o dobro da quantidade de amostras de sementes que conhecemos", afirma Cary Fowler, diretor administrativo do Fundo de Diversidade Global de Plantas Cultiváveis e mentor do projeto. Para a construção do depósito, a Noruega investiu cerca de 6 milhões de euros.
Cerca de 250 mil amostras de sementes já se encontram armazenadas no novo depósito. Elas continuam a pertencer, no entanto, a seus países de origem. Nem todos os bancos nacionais de genes são bem protegidos e parte da diversidade vegetal já se perdeu.
EVENTUAIS MUDANAÇAS CLIMÁTICAS
Desta forma, bancos de sementes iraquianos e afegãos foram destruídos na guerra. Um tufão destruiu outro nas Filipinas. Por este motivo, o novo Banco Mundial de Sementes tornou-se rapidamente conhecido em todo o mundo. Países ameaçados por revoltas como o Paquistão e o Quênia já enviaram amostras de sementes para Spitsbergen. O Banco Mundial de Sementes armazenará amostras provenientes de mais de 1,4 mil bancos de sementes de todo o mundo.
O tesouro representado pelo banco de sementes é protegido por espessas paredes de concreto, porta blindada e sistema de alarme. Eventuais mudanças climáticas também foram levadas em conta pelos arquitetos do novo Banco Mundial de sementes.
Por este motivo, ele se situa 130 metros acima do nível do mar. Mesmo que boa parte da calota polar derreta, ele continuará seco. O depósito de concreto está preparado para resistir até mesmo a uma guerra nuclear. E no caso de o sistema de refrigeração falhar, o permafrost garantirá que a temperatura não supere 3,5° Celsius.
FONTE
Deutsche Welle
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Arquiteto projeta casa coberta por grama
Por: Redação EcoD
Categoria: Curiosidades, Ecologia, Economia, Edificação, Equipamentos, Matérias
Tags: Arquitetura, Design, natureza
O arquiteto parisiense Patrick Nadeau sempre se interessou em unir elementos da natureza aos seus projetos. Todos os anos de estudos e pesquisas na área o levaram a projetar a Wave House – uma casa ondulada coberta por grama, capaz de regular a temperatura interna através das plantas.
Totalmente integrada com a paisagem, a casa pretende levar a sério a proposta de telhados verdes e encantar os apaixonados por jardinagem. A casa ainda foi construída sobre uma fundação elevada em cerca de meio metro, o que transforma a base em um assento para moradores e vizinhos que queriam conversar na porta de casa.A fachada é feita com duas camadas de policarbonato – mesmo material utilizado em estufas. Mas não é preciso se preocupar com o clima já que o material, junto com as plantas, ajuda a regular a temperatura interna tanto no inverno quanto no verão.
Já as espécies utilizadas no telhado são compostas por um “mix de gramíneas, plantas suculentas, tomilho, lavandas e outros pequenos vegetais aromáticos e perenes distribuídos de acordo com a inclinação da estrutura do telhado”, diz o arquiteto.O arquiteto não comentou sobre o sistema de ventilação e iluminação da casa, mas as janelas altas e semitransparentes distribuídas por toda a extensão das paredes opostas da casa sugerem que isso não será problema.
Com 130 metros quadrados, a casa é feita de madeira e concreto e já será erguida com um sistema de irrigação que reduz a necessidade de manutenção do telhado verde, sendo preciso regá-lo “apenas em situações extremas”. As obras para a construção da Wave House já começaram e devem ser concluídas em 2011.*Via EcoDesenvolvimento.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Integração em busca de impacto
Todos os 54 projetos em andamento no Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) serão apresentados em workshop interno. Objetivo é mapear competências e estimular a integração entre os grupos, aumentando o impacto das pesquisas (Foto: Universidade de Princeton)
Integração em busca de impacto
Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – Depois de realizar 11 workshops voltados para temas específicos, o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) reúne pela primeira vez integrantes de todas as suas áreas a fim de apresentar e discutir possibilidades de integração dos 54 projetos vigentes. O BIOEN Research Workshop será realizado em dois dias em São Pedro (SP), a partir desta quarta-feira (9/6).
De acordo com Glaucia Mendes de Souza, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) e uma das coordenadoras do BIOEN, pesquisadores envolvidos com os projetos realizarão apresentações de 10 minutos e terão oportunidade de debater possibilidades de interação. O workshop interno fornecerá pela primeira vez um quadro geral de todas as questões científicas e áreas de atuação envolvidas no programa.
“Queremos fazer um mapa de instituições e de suas áreas de atuação no programa, identificando a excelência de cada uma. Pretendemos que os pesquisadores apresentem suas equipes – incluindo colaborações internacionais –, descrevam seus objetivos, expliquem que metodologias irão usar, que infraestrutura vão instalar e, em alguns casos, apresentem resultados preliminares” , disse Glaucia à Agência FAPESP.
Os pesquisadores descreverão, de forma sucinta, a infraestrutura que está sendo instalada pelas instituições para pesquisa em bioenergia – incluindo equipamentos, instalação e treinamento de pessoal – e situarão seus projetos no quadro da pesquisa mundial.
“O objetivo é saber em que áreas estamos à frente e em quais estamos atrasados. Vamos identificar prioridades, elencando as áreas nas quais há pouca pesquisa e às quais precisamos dar estímulo. Queremos saber também em que áreas podemos realmente ter pesquisa de alto impacto”, afirmou.
Um dos objetivos do programa consiste em aumentar o impacto das publicações e conseguir projetar internacionalmente a pesquisa feita no país sobre bioenergia. Para isso, é preciso publicar em revistas de alto impacto.
“Uma das estratégias para isso consiste em fazer com que os pesquisadores comecem a trabalhar juntos, integrados para a realização de estudos multidisciplinares. Queremos fazer com que um pesquisador que está trabalhando com fisiologia sozinho em um instituto possa dialogar com alguém que está estudando a genômica daquele mesmo assunto, por exemplo”, disse.
“Sozinhos, cada um deles poderia publicar em revistas de menor impacto de suas respectivas áreas. Mas, se trabalharem juntos, serão capazes de fazer artigos com muito mais força, publicando em revistas mais importantes”, completou.
Outro dos principais objetivos do workshop é identificar problemas científicos que representam obstáculos centrais na pesquisa sobre bioenergia.
“Essa abordagem foi feita em workshops anteriores, mas nunca com todas as áreas envolvidas. Queremos identificar os desafios científicos para cada uma das áreas, enumerar os problemas e identificar quais são os gargalos para a pesquisa”, explicou Glaucia.
O workshop servirá também para consolidar a visão geral do programa BIOEN. “Recebemos, no Brasil, muitas missões internacionais na área de bioenergia. Queremos definir com mais clareza o que temos para mostrar. É importante saber com precisão que visão de bioenergia e de matriz energética daremos para esses colaboradores” , afirmou.
Consultoria e resultados
O BIOEN está dividido em cinco grandes áreas que serão abordadas no workshop: biomassa, processamento, biorrefinaria, motores e impactos. “A maioria dos projetos está nas divisões de biomassa e processamento. Há poucos, por exemplo, na área de impacto, que, no entanto, tem grande importância para o setor. Queremos discutir esse tipo de desequilíbrio para tentar avançar mais onde há mais necessidade”, indicou Glaucia.
Dos 54 projetos, 22 são da divisão de biomassa, 21 de processamento, cinco de impactos, quatro de biorrefinarias, um de motores e um que se estende pelas três primeiras divisões. Mais da metade dos 21 projetos de biomassa corresponde à área de biotecnologia. Segundo Glaucia, trata-se de uma herança do Projeto Sucest-FUN, também conhecido como Projeto Genoma da Cana.
“O Sucest-FUN estabeleceu condições para o conhecimento de variações de expressão gênica em diferentes variedades de cana-de-açúcar. O projeto estimulou os cientistas a trabalhar no melhoramento de cana usando a rota biotecnológica e isso se reflete hoje no BIOEN. Mas temos que avançar em outras áreas também”, destacou.
Segundo ela, dos 21 projetos da divisão de processamento, 15 se relacionam ao desenvolvimento do etanol celulósico. “Sem dúvida é uma área importante. Mas há aspectos de processamento que precisavam ser atacados também. Temos, por exemplo, apenas dois projetos na área de leveduras, que é importantíssima para o Brasil”, disse.
O workshop terá um quadro consultivo internacional composto por três membros internacionais e três brasileiros: Patricia Osseweijer, da Universidade de Delft (Holanda), Paul Moore, da Universidade Texas A&M (Estados Unidos), Richard Templer, do Imperial College de Londres (Reino Unido), José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, Hernan Chaimovich, coordenador dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, e Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
“A ideia é que os consultores ajudem a avaliar o BIOEN. Vamos buscar suas expertises para verificar se estamos no caminho certo. Cada um dos pesquisadores irá expor suas metodologias e talvez algumas possam ser melhoradas. Queremos que nos ajudem também na coordenação a montar uma maneira eficiente de integrar os projetos, acompanhar e organizar os eventos”, disse Glaucia.
Alguns projetos do BIOEN já têm resultados a serem apresentados, pois estavam em andamento quando o programa foi lançado e, por identificação com os objetivos do programa, foram a ele agregados. Esses projetos já poderão ser avaliados pelos consultores.
“Os outros projetos ainda não podem ter sua produção avaliada agora, pois estão em estágio inicial, mas dentro de um ano poderão passar pela avaliação e nós já teremos os métodos para isso”, disse.
A atuação dos consultores também será importante, segundo Glaucia, para balizar novas chamadas de projetos para o BIOEN. “Estamos fazendo colaborações internacionais com empresas e outros consórcios de pesquisas e deveremos ter novas chamadas de projetos. A avaliação poderá ajudar a orientar as próximas chamadas, apontando as áreas nas quais estamos publicando bem e estimular as áreas que consideramos essenciais, mas que ainda estão pouco desenvolvidas” , explicou.
Programa BIOEN: www.fapesp.br/ bioen
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