segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Banco Mundial faz estudo sobre o lixo no Brasil


Mais uma boa notícia para os verdes. Não é só na política, com o bom desempenho da candidata Marina Silva na eleição presidencial, que a agenda ambiental ganha força. Há mudanças também na gestão dos problemas. Está em fase final de elaboração no Banco Mundial um detalhado estudo sobre um dos maiores – e mais protelados – problemas ambientais do Brasil: o lixo. O levantamento foi encomendado pela Caixa Econômica Federal.
O banco tem metas a cumprir nessa área e precisa entender o mais rápido possível como ela funciona. Durante o lançamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em agosto último, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que até 2011 seria investido um total de 1,5 bilhão de reais para modernizar a coleta, o transporte e a destinação do lixo urbano – 500 milhões viriam da Caixa na forma de financiamentos. Ocorre que o lixo é de responsabilidade das prefeituras e a maioria delas não tem um único técnico nessa área. Resultado: poucos projetos chegam à Caixa e a maioria dos que chegam não tem qualidade para ser aprovada. O dinheiro corria o risco de ficar parado na conta.
 O estudo do Banco Mundial busca aliviar essa deficiência. Além de fazer um diagnóstico de como o lixo é tratado, ele traz sugestões para a modelagem financeira e jurídica de projetos e de contratos de prestação de serviço na área. Também propõe sugestões para aperfeiçoar a coleta seletiva e a reciclagem, ampliar a participação das cooperativas de catadores e disseminar o uso de aterros sanitários. O trabalho vai virar uma espécie de manual. A sua publicação não tem data marcada, mas pode ocorrer até o final do ano.
Se apenas uma parte das sugestões for aplicada, já será um grande avanço. Hoje as cidades brasileiras produzem quase 60 milhões de toneladas de restos por ano, o que dá uma média diária de 1,2 quilo por pessoa. Mais da metade disso não tem destinação adequada e segue para lixões, aqueles terrenos baldios, sem infra-estrutura e tratamento, que levam à contaminação de lençóis d’água e do solo. Da parcela com destinação controlada, cerca de 35% termina sendo incinerada, uma opção em desuso no mundo porque a queima, mesmo como o uso de filtros, libera gases tóxicos, alguns deles, cancerígenos.

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