O governo do Brasil deu o seu aval formal para a construção da terceira maior barragem hidrelétrica do mundo em um afluente do Rio Amazonas. Depois de vários desafios legais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu assinar o contrato para a barragem de Belo Monte, com o consórcio Energia Norte.
A licitação para o projeto, liderado pela companhia estatal Hidroelétrica do São Francisco, teve que ser interrompida três vezes até que o governo o permitiu.
Os críticos dizem que o projeto irá danificar o ecossistema local e deixar 50 mil pessoas desabrigadas, principalmente indígenas. Mas o governo diz que é crucial para o desenvolvimento e criação de empregos.
Na cerimônia de assinatura do contrato, em Brasília, o presidente Lula disse que ele mesmo havia criticado a barragem, até que aprendeu mais sobre o assunto. Segundo ele, essa é uma vitória para o setor de energia do Brasil. Também afirmou que eles levaram seriamente em conta as questões ambientais e sociais antes de tomar a decisão.
Essa proposta, de construir uma barragem hidroelétrica no rio Xingu, tributário do Amazonas, no estado do Pará, tem sido uma fonte de controvérsias. O projeto inicial foi abandonado na década de 1990 em meio a protestos generalizados, tanto no Brasil e no mundo.
Grupos ambientalistas dizem que a barragem de seis quilômetros de comprimento irá ameaçar a sobrevivência de grupos indígenas, e muitas vidas poderão ser afetadas pelos 500 quilômetros quadrados de terra inundada.
A promessa é de que o consórcio vencedor vai pagar mais de um bilhão de reais para proteger o meio ambiente. A barragem será a terceira maior do mundo, após a das Três Gargantas na China e Itaipu, que é dirigida conjuntamente por Brasil e Paraguai.
Espera-se que custará entre R$ 19 bilhões e R$29 bilhões, e fornecerá eletricidade para 23 milhões de casas.
Como a economia do Brasil continua a mostrar sinais de crescimento, os ministros dizem usinas hidrelétricas são uma forma vital para assegurar o abastecimento de energia na próxima década e, pelo menos 70 barragens estão sendo planejadas para a região amazônica nos próximos anos.
Já os críticos afirmam que a usina Belo Monte será altamente ineficiente, gerando menos de 10% da sua capacidade durante três a quatro meses do ano, quando os níveis de água estão baixos. [BBC]
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